Um novo estudo realizado pela Ricoh Europa revela uma lacuna significativa na implementação de tecnologias híbridas adequadas nas organizações europeias, colocando em risco a eficácia do trabalho flexível. Este estudo, conduzido pela Opinion Matters, inquiriu 7000 trabalhadores e 1800 decisores, destacando uma realidade preocupante: apenas 30% dos colaboradores europeus afirmam ter os meios necessários para colaborar eficazmente com os seus colegas.
O estudo sublinha que o trabalho flexível continua a ser uma prioridade crucial para os trabalhadores europeus. A possibilidade de planear e garantir que as suas necessidades no local de trabalho são satisfeitas antes do início do dia, como a reserva de secretárias e o acesso a tecnologias adequadas, é apontada como uma razão chave para a reconsideração de uma possível saída do emprego nos próximos 12 meses. A insatisfação com as atuais condições tecnológicas está a levar muitos trabalhadores a ponderar a mudança, caso as suas expectativas não sejam atendidas.
Deficiências tecnológicas
Apesar da crescente importância atribuída ao trabalho flexível, muitos colaboradores ainda carecem das ferramentas básicas necessárias para o desempenho das suas funções. Um em cada cinco trabalhadores admite não ter acesso a software de colaboração essencial, como Microsoft Teams ou Zoom. Além disso, 29% não dispõe de qualquer tipo de hardware ou tecnologia híbrida, como sistemas de videoconferência, que são cruciais para o trabalho remoto eficiente.
Esta falta de infraestruturas tecnológicas não é ignorada pelos líderes empresariais. Cerca de um quarto dos gestores (24%) reconhece que as suas ferramentas de colaboração estão aquém do nível necessário para competir no setor. No entanto, apenas 17% das organizações consideram a melhoria da experiência tecnológica dos colaboradores como uma prioridade estratégica para o próximo ano.
Prioridades estratégicas e satisfação dos colaboradores
A pesquisa conclui que os líderes empresariais precisam de reavaliar as suas prioridades, colocando a satisfação e a experiência dos colaboradores no topo da agenda. A flexibilidade no local de trabalho, apoiada pela tecnologia certa, surge como uma solução fundamental para aumentar a satisfação no trabalho. Quase um quarto dos trabalhadores (24%) indicou que a capacidade de trabalhar remotamente, com acesso à tecnologia adequada, aumentaria significativamente a sua satisfação profissional.
Ramon Martin, CEO da Ricoh Espanha e Portugal, sublinha que «as organizações tiveram vários anos para se adaptarem a práticas de trabalho flexíveis, pelo que é surpreendente que muitas ainda estejam a ficar para trás na disponibilização das tecnologias mais básicas que facilitam a colaboração e a comunicação. Dadas as vantagens significativas que o trabalho flexível oferece, as empresas devem dar prioridade às ferramentas e tecnologias necessárias para tirar o melhor partido da sua força de trabalho e reter os melhores talentos.»
Investir em tecnologia é essencial para reter talentos
O estudo da Ricoh Europa evidencia uma mensagem clara: a adaptação ao trabalho flexível e o investimento em tecnologia híbrida não são apenas questões de competitividade, mas também de valorização e investimento no bem-estar dos colaboradores. As empresas que ignorarem esta necessidade correm o risco de perder talentos valiosos e comprometer maior competitividade no mercado.
A era digital exige uma abordagem pró-ativa e estratégica para integrar tecnologias híbridas que facilitem o trabalho flexível. As organizações que colocarem a satisfação dos colaboradores e a adoção de novas tecnologias no centro das suas estratégias estarão mais bem posicionadas para enfrentar os desafios futuros e assegurar o sucesso sustentável.
Esta análise sublinha a urgência de uma transformação tecnológica nas empresas europeias para apoiar práticas de trabalho flexíveis, destacando a necessidade de ação imediata para garantir a satisfação e retenção de talentos na era digital.