Nos últimos anos, a migração para a cloud tornou-se um mantra quase incontestável entre os CIO, impulsionada pela promessa de flexibilidade, escalabilidade e eficiência de custos. No entanto, em 2023, um número crescente de executivos de TI começou a reconsiderar essa abordagem, movendo-se para uma estratégia mais equilibrada e adaptada às necessidades específicas de cada carga de trabalho. Esta tendência, que se prevê ganhar ainda mais força em 2024, está a ser impulsionada por uma série de fatores que incluem a necessidade de reduzir custos excessivos, resolver problemas de complexidade e assegurar um financiamento adequado para projetos emergentes, como a IA generativa.
A ascensão da «Saída da Cloud»
Alguns executivos de TI dizem que a sua empresa completou uma saída total da cloud em seis meses no ano passado. Segundo estes executivos, muitos estão a perceber que as promessas do marketing da cloud nem sempre correspondem à realidade operacional e financeira. Este movimento de repatriação das cargas de trabalho da cloud pública para ambientes mais controlados e eficientes está a ganhar força, motivado por poupanças significativas que não podem ser ignoradas.
Muitos CIO estão a corrigir erros do passado e procuram plataformas ideais para diferentes aplicações, que incluem clouds privadas, clouds específicas, centros de dados internos, fornecedores de serviços geridos e arquiteturas multi-cloud.
O triângulo mágico: Desempenho, custos e segurança
A chave pode estar em equilibrar desempenho, custo e segurança. Com a crescente adoção de IA, as empresas estão a reavaliar onde cada carga de trabalho deve ser executada, seja na cloud pública, na edge, em clouds privadas ou mesmo em servidores próprios. Esta abordagem visa maximizar o valor comercial sem perder de vista a eficiência de custos.
Alguns especialistas afirmam que a importância de um equilíbrio estratégico, explicando que algumas cargas de trabalho são mais eficientes e económicas quando executadas em clusters HPC nos seus próprios centros de dados, em vez da cloud pública.
Da cloud pública para uma abordagem diferenciada
Especialistas destacam que uma estratégia de cloud pública pura não é viável para organizações complexas. A utilização de um modelo híbrido que combina a capacidade de computação e armazenamento na cloud pública, no local e com parceiros de co-localização e de clouds específicas para um setor. Esta abordagem de diferenciação pode ser ainda mais relevante com os elevados custos de IA no horizonte, onde o edge computing oferece vantagens significativas para processos em tempo real.
Não colocar todos os ovos no mesmo cesto é mais que sabido
A cloud pública oferece uma infraestrutura escalável e ferramentas avançadas de IA, mas não exige uma migração completa. Muitas organizações optam por clouds privadas para cargas de trabalho específicas, como as plataformas Greenlake da HP Enterprise e APEX da Dell, visando maior segurança e custos mais baixos.
Uma carga de trabalho de cada vez
Importa que os CIO tenham uma bordagem meticulosa ao analisar todos os aspetos de uma aplicação antes de a mover para a cloud, assegurando que há poupanças reais. No entanto, nem não todos os CIO veem a necessidade de repatriar suas cargas de trabalho. Alguns CIO optam por permanecer totalmente na cloud, destacando que esta decisão é, em última análise, estamos a falar de onde colocar as aplicações de forma mais eficiente.
A estratégia «cloud-first» está a ser desafiada por uma abordagem mais pragmática e diferenciada, onde os CIO estão a avaliar cuidadosamente onde cada aplicação funciona melhor. Embora a cloud continue a ser crucial para muitas organizações, a tendência de otimização de cargas de trabalho está a levar a um ambiente mais híbrido e personalizado, maximizando o desempenho e o valor comercial enquanto controla os custos. Esta mudança sublinha a maturidade crescente das estratégias de TI, onde a flexibilidade e a adaptação são essenciais para o sucesso a longo prazo.
Com informação Computerworld