A transformação digital trouxe consigo um conjunto de oportunidades e desafios sem precedentes para as empresas. Entre os desafios mais prementes está a cibersegurança, uma preocupação crescente à medida que as organizações se tornam mais dependentes de tecnologias digitais. Para explorar este tema, Hélder Quintela, conversou com Rui Shantilal, Managing Partner na Devoteam Cybertrust e professor convidado da Católica Lisbon School.
Rui Shantilal destacou a importância crítica da cibersegurança no cenário atual. «As ameaças cibernéticas estão em constante evolução, tornando a cibersegurança uma prioridade absoluta para qualquer organização que deseje proteger seus dados e operações«, afirmou. O executivo, explicou ainda que a natureza dos ataques cibernéticos mudou significativamente, com hackers mais sofisticados e organizados.
Hélder Quintela acrescentou que muitas empresas ainda subestimam a gravidade das ameaças cibernéticas. «Existe uma falsa sensação de segurança em muitas organizações, especialmente nas pequenas e médias empresas, que acreditam não ser alvos atrativos para hackers. No entanto, essas empresas são frequentemente vistas como portas de entrada para ataques mais amplos», alertou.
A Transformação digital e os seus riscos
A transformação digital, embora benéfica, introduz novos riscos que precisam ser geridos. Rui Shantilal destacou que a adoção de novas tecnologias, como a inteligência artificial e a Internet das Coisas (IoT), aumenta a superfície de ataque. «Cada novo dispositivo conectado e cada nova aplicação implementada representa um ponto potencial de vulnerabilidade.”
A Importância da educação e da cultura de segurança
Um ponto crucial desta conversa foi a importância da educação e da criação de uma cultura de segurança dentro das organizações. Rui Shantilal ressaltou que a tecnologia por si só não é suficiente para garantir a segurança cibernética. «Os colaboradores precisam de estar cientes das melhores práticas de segurança e do papel que desempenham na proteção da empresa contra ameaças», afirmou.
Hélder Quintela acrescentou que as organizações devem ter em conta a necessidade de formação contínua. «As ameaças evoluem rapidamente, e as práticas de segurança também precisam evoluir. Investir na formação dos colaboradores é uma das melhores defesas contra ataques cibernéticos», disse.
A cooperação e a regulação
Rui Shantilal também destacou a importância da cooperação entre empresas, governos e outras entidades na luta contra as ameaças cibernéticas. «A cibersegurança é um desafio global que requer uma abordagem colaborativa. Compartilhar informações sobre ameaças e colaborar em iniciativas de segurança pode fortalecer a resiliência coletiva contra ataques cibernéticos», explicou.
Para Hálder Quintela, «as regulações mais rígidas podem ajudar a garantir que as empresas adotem as melhores práticas de segurança. No entanto, é crucial que estas regulamentações sejam equilibradas para não sufocar a inovação», observou.
O Futuro da cibersegurança
Ao discutir o futuro da cibersegurança, Rui Shantilal e Hélder Quintela concordaram que a inteligência artificial e o machine learning desempenharão um papel fundamental. «Estas tecnologias podem ajudar a detectar padrões e anomalias que indicam potenciais ameaças, permitindo uma resposta mais rápida e eficaz», afirmou Rui Shantilal.
Esta conversa com com Hélder Quintela e Rui Shantilal sublinhou a importância vital da cibersegurança na era digital. À medida que as organizações continuam a adotar novas tecnologias e a transformar digitalmente as suas operações, a necessidade de estratégias robustas de cibersegurança se torna cada vez mais crucial. A combinação de tecnologia avançada, educação contínua e cooperação global será essencial para enfrentar os desafios cibernéticos do futuro.
A transformação digital oferece inúmeras oportunidades, mas também traz consigo riscos significativos. As empresas que investirem em cibersegurança estarão melhor posicionadas para proteger seus ativos, manter a confiança dos seus clientes e prosperar no ambiente digital.